O Lulu é sucesso, é polêmico e está na boca do povo. Não estou falando do Lulu Santos, estou falando do aplicativo só para mulheres.
Luluzinha exibida (mas anônima) |
Mulheres gostam de falar, isso não é segredo pra ninguém. Seja na escola, em casa, no trabalho, no bar ou no banheiro, que elas vão sempre juntas, elas gostam de contar as coisas pras amigas.
Mas daí a pensar que as mulheres vão postar lá no Lulu detalhes sobre o que comeram e gostaram pra surgir um monte de urubu fêmea atrás daquilo? Não vão.
Vamos falar em facebuquês: Se vc curte a pessoa, não vai querer ficar compartilhando. (Obs: Se vc pensou em um Ménage à Trois, isso pode ser conversado)
Então pra que serve o Lulu? Zoeira. É engraçado e só. Entenda bem isso.
Se você está pensando em algum nível de seriedade avaliativa no Lulu, vamos aos fatos:
O cara pode postar sobre ele. Uma mexida no celular da prima ou da vizinha e pronto.
Esse é Lulu, o último romântico. |
Se não for o próprio cara, quem postar quer foder com ele, em qualquer dos sentidos da palavra, pendendo pro lado que não o agrada.
Nem vou falar muito de ex-ficante, ex-peguete, ex-namorada que vai lá pra encher o saco. Mas pense só um pouquinho no ódio sendo destilado anonimamente, simplesmente porque um caso não deu certo. Na falta de um pagamento de pensão alimentícia que possa prender, pelo menos umas hashtags maldosas podem comprometer.
Agora pense no cara que tem namorada. Quem quiser que ele termine posta algo lá, espera o barraco desabar e depois chega junto. Ou nem chega, o que seria ainda mais perverso.
Ah, mas é só mulher que comenta sobre esse tipo de coisa? Claro que não, homem também comenta. Se não fosse o futebol, a gente falaria de mulher o tempo todo. Tem um site que começou justamente avaliando as mulheres de Harvard. Apareciam fotos de duas mulheres e o cara escolhia qual era melhor, então apareciam outras duas fotos pra ele avaliar e assim sucessivamente. Todos queriam saber do ranking e ficar mais tempo no site para ter mais influência na definição do ranking. Esse site é pouco famoso, pouco acessado, chama-se Facebook! (Na verdade era um embrião, chamava-se Facemash)
Lembra do papel que passava na sala pra eleger o mais bonito e a mais bonita da turma? Aquilo tinha um pouco mais de inocência nos comentários, mas o fato é que a intenção era a mesma do aplicativo. Se você ainda não percebeu, isso é mais velho que tudo: Eva foi falar pra cobra sobre Adão. A maçã que Eva comeu está nos Iphones que hoje tem o Lulu instalado.
Até então tudo dentro da normalidade, entendemos como o aplicativo funciona. Mas o problema realmente grave do Lulu eu vou contar agora: Os papéis dos mais bonitos da sala, ficavam na sala. As conversas das amigas, ficava entre elas. O Facebook quando tinha esse caráter estritamente avaliativo, ficava entre os alunos de Harvard. O Lulu é integrado com o Facebook, que hoje todo mundo tem, inclusive suas tias, que como qualquer outra mulher têm acesso ao clube da Luluzinha. É aí que a brincadeira pode encadear uma avalanche de tias (agora munidas de informações "privilegiadas") perguntando "E AS NAMORADAS??? ;)". Sentiu o drama? Fuuuuuuuuuuuu!!!
"Ô pega ela, Lulu" - Latino