Volta ao Integrado


Carmem
Carmen de Caro: fortalecimento do ensino técnico

Em seus 40 anos de existência, o Coltec formou cerca de 6,5 mil alunos nas especialidades de Instrumentação, Eletrônica, Patologia Clínica e Química – atualmente há um novo curso: Informática. Para chegar a ocupar uma vaga, no entanto, esses alunos enfrentam uma acirrada disputa: apenas no último concurso, havia 36 candidatos por vaga. Conforme explica o professor Márcio Fantini, diretor do Colégio, pelo menos 123 vagas são preenchidas via concurso público. Outras 75 se destinam a alunos egressos do Centro Pedagógico.

Os números sofrem pequenas alterações a cada ano. No último concurso, por exemplo, quatro mil candidatos disputaram 124 vagas. A seleção no Coltec tem um diferencial: desde seus primórdios, a instituição adota critérios socioeconômicos. A seleção por renda, no entanto, foi substituída pelo critério da escolaridade, isto é, pelo número de anos que o candidato cursou na rede pública. “Análises mostram que a aprovação dos candidatos é equivalente nos dois sistemas: a renda bate a com faixa de escolaridade” diz Fantini.

Para a próxima seleção, o diretor espera que o Colégio volte a oferecer o ensino técnico integrado. Atualmente, a modalidade adotada pelo Coltec é o denominado ensino concomitante – em que o propedêutico é separado do técnico. “É como se o estudante tivesse duas matrículas”, explica a professora de biologia Carmen de Caro, que está à frente da Escola de Educação Básica Profissional (Ebap) – unidade especial da UFMG criada em 2007, que reúne o Centro Pedagógico, o Coltec e o Teatro Universitário.
A discussão sobre o retorno do ensino integrado começou em 2005 no Coltec. Atualmente o processo está em fase de conclusão, com análise sobre currículo e carga horária. Pelo antigo sistema, os alunos – que estudam em horário integral – cumprem 3,6 mil horas nos três anos. A expectativa é reduzir essa carga horária, considerada excessiva pelos professores e alunos que têm avaliado a nova proposta. “Queremos valorizar o ensino técnico; hoje há uma grande parcela de estudantes que deseja cursá-lo”, diz o professor Fantini.

“Vamos continuar fortalecendo esse nível de ensino”, concorda Carmen de Caro, ao argumentar que a formação profissional proporciona vantagens a quem a possui. Segundo a diretora, os alunos do Colégio Técnico recebem formação diferenciada para o trabalho e a pesquisa. Ela avalia que isso decorre do fato de o Coltec ser uma escola da UFMG e de seus professores, que atuam também como pesquisadores, terem a visão de formadores.

“É preciso deixar clara a importância de uma escola como essa dentro da Instituição, pois ela contribui como espaço de formação para professores e estudantes de licenciatura. Essa escola na Universidade faz sentido”, reflete.

O argumento é respaldado pelo historiador e atual coordenador de produção da rádio UFMG Educativa, Cleiber Pacífico. Em 1991 ele realizou o estágio supervisionado em licenciatura no Coltec. “Os alunos eram tratados como protagonistas, tinham liberdade, eram muito responsáveis e produziam muito além da média. Nós, professores, tínhamos tranquilidade para nos concentrarmos na tarefa de lecionar”, recorda-se.

Reportagem publicada no Boletim UFMG em 20/04/09

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